Coisas da Terra

Coisas da Terra vítimam conveniências de hospício

personagens de cenas que um dia quis viver

despedidas sorrateiras precipitaram das janelas ao submundo

mas, o ócio levou p'ra mais longe de você

guardei junto ao crucifixo segredos de como sou imundo

dores de cabeça arranco pelos cálculos frios e jogo no ar

para que desapareçam borboletas pintadas de ferrugem,

furibundo é nome de senador do crime escalando amontoados ossos para que urubus em nuvem

anunciem: o ônibus que embarca ao inferno não retorna

e as coisas da Terra emudecem quanto maior o rombo no olhar do rei

qual o sentido da manhã quando o vampiro brinca com a codorna?

o silêncio sirva de resposta nada do que digo é porque sei

só quando teu corpo rejuvenescer meu delírio

na guitarra aparecerá uma nova Escritura

quando olhos de mártires brotam nas paredes cheirado o lírio

a ordem universal reclama reforma sem frescura

porque tiro do pulso uma gota de sangue

e decoro tua nudez com sal e sonho

a hora é de seguir para longe da alfândega livres de declaração e bang bang

a estalagem exige apenas provérbio e o pouco que ponho

seja boa menina e me entregue amor porque ouro eu manho