Amado silêncio que canta-me
Em noites serenas de inverno,
Em noite estrelada de verão
E em todas as madrugadas...
Tu que me tens por inteira,
Nua, exposta, inocente e vulgar!
Tu que me invade a íntimo
E explode a alma por dentro.
tenho escutado teus vazios,
Melodias inquietantes hipnóticas
Que desafia a existência de minha vida
E deixa-me sem respostas!
Interdições de meus desejos,
Barreiras de tais sentimentos...
Te respondo em calorosos silêncios
Que me calo enquanto devora-me!
Amo teu silêncio e voz do nada,
Cada palavra tua não dita...
Cada respiração tua que suponho
Define meu amor que a ti devoto.
Teu abraço que acolhe angustias minhas
Desse seio choroso...
Que adormeço com teu nada,
Enquanto enlouqueço na realidade!
Carrego no ventre teu gozo silêncio,
O singular e o plural de ti,
Na diversidade de teus demônios,
Que me toma em gritos!
Indeterminado te mimo em ilusão
E como ventania que assobia,
Mostra-se real e tão ilusório,
Que bebo tua presença,
Velho companheiro, amante e amigo.
Um brinde ao sedutor silêncio,
Nobre realidade de teu nada...
Que não caibo,
Mas pulso...