Ciclos e Estações

Há amores que chegam como uma chuva de verão,

Anunciam-se repentinamente,

Alastram-se rapidamente

Abalando as nossas estruturas,

Causando alagamentos,

Sofrimento e destruição.

Há outros que chegam de mansinho,

Aparentemente ingênuos e inofensivos,

Mas como os ventos do outono,

Arrancam-nos o máximo de folha que conseguirem,

Deixando-nos desprotegidos,

A mercê de um iminente destino.

Há aqueles que nem se quer se dão o trabalho

De disfarçar as suas verdadeiras intenções,

São gélidos como a noite mais fria de Julho,

Abraçam-nos com seu aperto petrificante,

Fazendo lentamente a nossa última célula agonizar.

Particularmente prefiro aqueles

Que me façam florescer,

Que mesmo com a chegada da idade,

Eu me sinta rejuvenescer;

Mesmo nos dias mais difíceis

Abram-me a janela da vida mostrando

Pássaros sorridentes a cantar,

Convidando-me alegremente

Uma melodia entoar.

O ciclo dos amores anda de mãos dadas

Com o ciclo da vida,

Ambos estão interligados por um elo

Chamado presente,

Basta-nos absorver experiências

E saber enxergar poesia

Em cada novo dia que conquistamos.

Como as estações que vem e que vão

A esperança nunca deixa de pulsar

No coração de quem acredita

Que os sonhos de amor são para si.

Ainda que durante a madrugada

Caia uma forte tempestade,

Há sempre a possibilidade de um lindo sol

Despertar o nosso amanhecer.

Gabi Alves
Enviado por Gabi Alves em 18/01/2023
Reeditado em 18/01/2023
Código do texto: T7698489
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