VIAJANTE
Resta pouco tempo, e o planeta pulsa o que não podemos saber.
O que há na estrada, além de fumaça e estalagens abandonadas, é gente estranha procurando amor.
Caminho longe da debandada depois que os mercados lacram as portas, salto pelos telhados, testemunha da política estéril dos viciados e dos bêbados.
O último rosto, deixei quando você foi embora, levo sobre as costas as bandeiras das revoluções que ceifaram apenas lucidez e um tempo esquecido até pelos que vivem dos outros a história.
Quem disse haverá um dia justiça, desconhece os dois lados da moeda.
Vejo o que o auditor das estrelas esconde,
conheço os arquivos secretos dos seres milenares,
estive na mesa dos que fundaram a espécie,
e o delírio servido como refeição
apontou uma verdade,
: o coração é a rua aonde os passos errantes desaparecem
porque amor demais é nascer melhor,
o que resta nesta trajetória de viajante em busca do ouro que é somente seu,
é que olhos brilhem cada vez mais
quando você se mostrar, porque as cinzas do que fui revelaram como é preciso dizer a cada momento que o maior amor do mundo é o que você faz sentir