Soneto do Couro Arrancado

Numa noite deparou com alguns fantasmas

Nas sombras tétricas de sinistros agouros

Estancou e acabou tendo uma crise de asma

Sem ar, na escuridão, viu o clarão dos estouros

Eram explosões de milhões de neutrinos

Entrou em pane, coberto por visguento plasma

Vermelho e denso pensou: "Será este é meu carma

Será que cheguei ao meu final, meu destino.

Em devaneio meu coração cor de ouro e prata

Entregar-me-ei a estes seres que na noite vagam

Quiçá poderei eu dispensar este tesouro

Ou serei só retalhado pelas suas adagas

Destes imaginários fantasmas do nada

Querendo inconsequente arrancar meu couro”