VENENO DE AMOR

O que houve ontem,

Que permanece igual no amanhã?

Num exílio que revela-se,

Ser a porta de entrada para o meu mundo,

Aquele que de tanta insanidade,

Privou-me de ti mesma.

E em todas as vezes,

Mostras-te quem és,

Desviando-me da realidade,

Culminando naquele tristeza,

Cujo lacrimejar é o de não ter-te,

Nem para curar quaisquer cicatrizes.

De onde caminhas,

Que pareces ser tão ilusório,

O querer-te em plena visão,

Quando tudo já virou apenas poeira,

De pisar o tempo todo com os pés no chão?

Ai, meu sono profético!

Do abismo, traz-me a serpente,

Desferindo-me a mordida perfeita,

Deixando entrar na minha veia,

O doce sabor da incompletude,

Misturado com o veneno de amor.

17/02/2022

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 17/02/2022
Código do texto: T7454662
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