ALVOROÇOS

Leio poetas antigos,

e em todos eles a busca

por um coração amigo,

que reluz, corusca...

Leio poetas modernos

e em todos a fragmentação,

nenhuma palavra de terno,

só um rebobinado coração...

Ah...o amor...

De todos os alvoroços o senhor...

Seremos discípulos desse sentimento

como o pó das pedras obedecem o vento,

e eu, dentre tantos servos servis da poesia,

mal foge a noite, estou a polir o sol do dia...

Minha amada

me espera na soleira da porta,

e eu, navegador de palavras,

a amo com rebuliço na aorta...