Teu nome

Tenho na mão a pedra,

de forma mais ou menos circular.

Ela parece ter vontade própria,

como minha memória,

em movimentos cíclicos,

volteantes,

arremessando-me para trás...

Sim... sim...

Quis escapar e esquecer

dos rios de asfalto

e

os grunhidos das máquinas

em movimento...

O ir-e-vir de passantes

sôfregos...

...não pude!

Mas o aqui-agora é

a lousa de areia a me ensinar

segredos

no idioma das línguas líquidas

espumantes

de onde Afrodite

emerge,

me espanta

e encanta.

Do nada,

arremesso a pedra

lisa-quase-circular,

que resvala e pronuncia

uma-duas-três sílabas...

... e teu nome

reverbera em cada

recanto do Cosmos.