Vão-se os anéis e ficam os dedos
Vão-se os anéis e ficam os dedos,
O mesmo vale para as alianças.
Que bom que sobrou ao menos os dedos,
Assim posso contar as mulheres que amei,
Ainda que eu só precisasse de uma mão,
De alguns dedos de uma mão.
Das minhas longas unhas pretas que detestavam,
Dizem que vou encontrar quem as ame,
Até lá devo deixá-las crescer,
Ou, gastar o tempo com as unhas cortadas?
Uma pergunta sem respostas,
Somente esquivas e desvios,
Chego a considerar me livrar dos dedos,
Para não ter aposentos para anéis,
Ou para contar, ou para agrados.
Me falta apenas uns poucos segundos de coragem,
Ou da mesma idiotice que elas me causavam,
Mas, eu perdi a vendo dos olhos,
E só por isso enxergo e na mesma medida, sofro.
Usando os mesmos dedos para sustentar a minha cabeça pesada.