pra que rimar amor e dor?
de noite na cama
eu fico pensando:
por que me fiz poeta?
quando na verdade é:
por quem me fiz?
de quem é a culpa
das minhas retinas só
somente só
enxergarem o teu nome?
deve ser o poder místico
a malícia da solidão
a nuvem etérea
que paira sobre mim
me fazendo acreditar que sim
o deus-diabo que vive firme
em minha mente
faz chover crenças de amor
chuva ácida, corrosiva
come viva as paredes
do meu coração tão só
mora na filosofia
é só páthos
paixão
platônica