Blue Bird

Como posso te chamar de passarinho,

Se tu não podes voar?

Deixa-me, apenas, a passagem das sombras no ar,

O teu vulto a bicar uma promessa torpe

Cobrindo o sentimento breve de uma plumagem ,

Roçando no meu rosto,

Acariciando de leve a canção confusa,

Que ronda as estrelas,

Eternamente difusas ao nascer do sol.

Preciso que cante nesse poema,

Necessito que saibas ,

Quando algumas vezes vou olhar os teus olhos,

Fico triste por encontrá-los tristes;

Para mim são como poças na tempestade tranquila.

Aquelas movendo fortemente as ondas do meu tempo

que espera o teu se encontrar,

Ninguém sabe quando chego,

Nas vezes em que uma simples caneta me transpassa,

Observando no teu ríspido olhar uma ameaça,

Levando-me a sonhar como uma sentença escrita ,

A rolar ao sabor do vento da primavera,

Assoprando-nos na imaterial atmosfera dos sonhos.

Como se tudo fosse, a qualquer momento, recomeçar...

A chuva fria da tempestade me fere,

o granizo que cai me mata, traz-me para a realidade,

Mata-me mais de saudade,

Do que a observância do amor permeando a solidão,

Na sublimada aragem pernoitada nos dias curtos,

E fundeada nas noites longas ,

Que tem em sua pujança o seu pior inimigo;

Deixando nas pedras do caminho solitário a mensagem

Com o ávido conselho a ser ouvido

Repetido inúmeras vezes por vingança no refrão que ainda pulsa

Sobre tolices que ecoam na canção da esperança.

Paul McCartney & Wings Bluebird

https://www.youtube.com/watch?v=C5RL4-AnBBY

"Um único homem, uma só criatura, transmitiu um vírus que, em 102 dias (1 Dezembro 2019 - 12 Março 2020), atingiu 130.164 pessoas, matando 4.754.

Tudo começou num único homem, numa só criatura.

Mais do que qualquer outra análise que possamos fazer, este contágio galopante mostra-nos a influência que cada ser individual tem em milhares de milhões.

Um, em 102 dias, contagiou 130.164 pessoas.

Um, sozinho, fez estremecer o planeta, fechar fronteiras, monitorizar governos, segregar pessoas, amedrontar consciências, trancar portas, esvaziar esperanças.

A influência de um único homem, a consequência da ação de uma só criatura, na vida do mundo inteiro.

Eu, tu, que somos um único homem, uma só criatura, temos o poder de atingir e condicionar o comportamento de milhões de pessoas.

É assustador.

Eu, tu, somos a borboleta que bate asas na China e causa uma tragédia no mundo inteiro.

É aterrador.

Desta vez, foi o vírus errado, o Covid19.

Imagina quando for amor.

É possível."

(Autor desconhecido)