Ai de mim
Ai de mim! Poeta arfando.
As dores frias da tua ausência.
À noite escura aqui varando.
Consumido em ardência.
E se agitam os sentidos meus.
Que se amenizam em recordações.
E o coração enroscado ao teu.
Não tem sossego com as ilusões.
Deixa em paz, então, meus defeitos.
Pois hei por bem de escolher partir.
Se meu apelo fenece em teu peito.
O que está feito, está feito, é hora de ir.
Quando então já é fria a mesa posta.
E o carinho ja não impede sofrer.
Se perguntar é preciso: quanto se gosta?
Deixa a história então de ser nossa.
Assim é só ou você.
Quando indiferente o carinho, à mercê.
É que já diz muito o silêncio entre nós.
É dizer-se adeus! E doa o que doer.
O coração se remenda depois.