Ai de mim

Ai de mim! Poeta arfando.

As dores frias da tua ausência.

À noite escura aqui varando.

Consumido em ardência.

E se agitam os sentidos meus.

Que se amenizam em recordações.

E o coração enroscado ao teu.

Não tem sossego com as ilusões.

Deixa em paz, então, meus defeitos.

Pois hei por bem de escolher partir.

Se meu apelo fenece em teu peito.

O que está feito, está feito, é hora de ir.

Quando então já é fria a mesa posta.

E o carinho ja não impede sofrer.

Se perguntar é preciso: quanto se gosta?

Deixa a história então de ser nossa.

Assim é só ou você.

Quando indiferente o carinho, à mercê.

É que já diz muito o silêncio entre nós.

É dizer-se adeus! E doa o que doer.

O coração se remenda depois.

Glauco Medeiros
Enviado por Glauco Medeiros em 02/08/2019
Reeditado em 05/08/2019
Código do texto: T6710395
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