Tecido de aniagem

...busco o olhar do silêncio,

No caminhar das pedras desencontradas;

Onde, amealhada, a vida cresce,

e os teus olhos se embaralham

no refugo feminino das cartas,

(misturadas) com o toque denso do destino;

Apenas uma será sorteada

na visão do tormento embalando a pequena garoa,

transformando o momento em poema.

Quem acalentará seus cabelos sedosos

como pétalas de rosas

no alvorecer dessa manhã tão fria?

O mundo inteiro há de mutar,

há de se azular,

Movimentando-se entre os novelos cinzentos

Corroborando o tilintar das lágrimas perdidas na chuva;

No descontrole obvio do verão,

uma andorinha fará poesia,

Descrevendo a falta que sinto do seu ar,

Quando pousas teus pés no meu chão...

E, assim, o tempo passa.

Saboreando o vento,

Envolvendo os panos da janela,

Abrindo-os levemente aos planos da paisagem;

Como se fosse, o céu, uma tela viva.

E a vida,

A tintura presa no tecido de aniagem.

Por trás da canção - “Me chama’ -

https://www.youtube.com/watch?v=NvspkyPiuEk

Certa escuridão é necessária para ver as estrelas.

Osho