Último Brinde
Em nossa última vez
Brinderei em nós sozinho
Pois que laço se desfez
Liquefeito, ao fim fluindo
Taça cheia até a boca
Bebo o último presente
Ho sorte que me foi pouca
Não me seja tão ausente
Sei que ha o que brindar
Mais dispenso etiqueta
Caso o torpor chegar
Sóbria será a caneta
Dupla que me fez em taça
Não tenho nem estilhaços
Cacos, caus que logo passa
Fim, o amor em pedaços
Noites em suave vinho
Grato, tão bela lembrança
Quando fui o teu caminho
E você minha esperança
Frio que não mais empecilho
Fundo de minha taça rega
Foi-se o cruel caldilho
Porque meu jardim não rega
Eis que limpa minha taça
Ultimo brinde a sós
Sei a noite logo passa
Brindarei, por outra; em nós...
Samuka Souza