Amante final
Amores da minha vida,
Quem me cura esta ferida
Que o tempo esqueceu aberta
E hoje sangra em hora incerta?
Quem celebrará comigo
O enterro deste castigo,
Será meu amor constante
E, por fim, a grande amante?
Sobre os lençóis de uma cama,
Dirá mil vezes que me ama
E com o corpo desnudo
Será cúmplice de tudo?
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N. do A. – Na ilustração, Os Amantes de Pierre-Auguste Renoir (França, 1841-1919).