Não parecia...

Não parecia que era céu, o que se via

Nem parecia que era a sombra, que temia

Não parecia que era o vento ciumento

Que anunciava teu retorno, teu intento

Não parecia que a brisa ao despertar-te

Acariciava-te a alva tez a iluminar-te

Não parecia que era relva, suave encanto

Que cautelosa, prenunciava com o seu manto

Não parecia que era o mar insinuante

Que agraciava os amantes, navegantes

Não parecia que era eu que pressentia

Nem parecia que eras tu que me querias...

Não parecia que era água que desaguava

Nem parecia que era fogueira que queimava

Não parecia que era a lua que conduzia

Nem discernia se era sonho ou fantasia!

Algo em mim que envolvia, entorpecia...

Comparecia, ouvia, via, insistia, embevecia

No meu peito aviltava, seduzia, preenchia...

Não... Não era eu que enlouquecia!...

Eras tu que eu via...

Eras tu, que eu vivia!

Maria Raquel de Oliveira Souza
Enviado por Maria Raquel de Oliveira Souza em 07/05/2018
Reeditado em 20/05/2018
Código do texto: T6329717
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