O poeta e quem o lê
Os poetas escrevem sobre vários amantes
Esperando ser lidos por aqueles que amam.
Mal sabem eles que quem os lê são os amantes fiéis.
Que nunca compreenderão o amor poético.
O amor fiel está fadado, é tosco e comum.
Nunca poderá ser versejado, porque é ridículo.
O fiel acha que ama por ser ciumento e mesquinho.
E o poeta ama. Ama, saudade.
Não se contenta, o poeta, em amar somente uma vez
Pois vê beleza no múltiplo,
Pois não quer só para ele,
Pois ama para o mundo.
Admira o amado na forma mais verdadeira de amar,
O tosco admira o poema. Sem compreender.
Essa amplitude é só para quem a permite.