Na fazenda
Nas vielas rubras da fazenda,
Entre alvas flores de um cafezal,
Da ousadia de um beijo roubado
Que o destino me pôs ao alcance
Nasceu furtivo o nosso romance.
Num leito de relva improvisado,
À sombra silente e generosa
De uma perobeira solitária,
Um macho viril, incandescente,
Deitou sobre a fêmea complacente.
E na hora calma do sol se pôr,
Jorrou a seiva de um grande amor.
_______
Na ilustração, Florada do Café de Antonio Ferrigno (Itália, 1863-1940).