Mundaréu
...sei que tu ajustas meus sentidos
Desdobrando as palavras;
Como ondas quebrando-se delicadas
E subjugadas ao sal da areia,
Tu alavancas meus sentimentos,
Alimentos da saudade que passa
E assim eu morro,
Como morrem
os ventos detidos nos ecos da fumaça,
no desalento apropriado do silvo perdido;
No vai e vem da colina
Presa aos carris, no sopé da saudade,
Onde a raiz faz morada,
Sob o encanto dos pássaros
e folhas secas que caem sem sofreguidão,
nas curvas daquela doce estrada...
Pois, acenam, enquanto estou longe de ti,
Ultima rosa a despetalar-se
na distancia de estar ao seu lado,
Com o sonho remendado,
Desgastado - como é feita a colcha de retalhos-
na reflexão das horas,
Presa ao sonhos das asas mortas
na alucinação do voo enleado;
Como maduras firulas atemporais
Tu vens, balançando na memoria.
Trazendo o estandarte que afronta o tempo,
e dobra-me ao reatar o aguçado amor,
Atiçado pelo gosto matinal
do gesto manancial de seus carinhos;
Como um rio
que escorre pelo caminho emocional,
Onde a tua voz desce rodopiando em cascata
pelo frugal veio do meu coração...
ah(!) mundaréu,
que perfeição buscastes
na carrancuda pálpebra do céu...
Na vista cerrada de um trilho,
havia o teu rastilho,
Galopando pelo risco carismático
de um cometa,
Procurando seu fim acirrado e pragmático
No meu peito.
Nascerias e morrerias,
Para ver, enfim,
a tristeza pacifica da minha solidão,
e a silenciosa flor da poesia
um broto simples e temporão, brotando em mim,
no fulgor de dois sóis e duas luas,
A buscar-te nas ruas,
Tua força
É o rabiscar poético dos girassóis,
Paixão do meu eterno poema,
Emblema âmbar feito em metáfora,
Da visão dos seus olhos
a iluminar o meu coração,
Guiando-me à noite, na escuridão,
Onde tu és a essência,
Toada mais íntima do papel,
Como é a luz para o fogo,
Desinência da chama ao lampião.
https://www.youtube.com/watch?v=64qN7pHSmfI
Linda canção do meu amigo Diego,
qualquer dia desses tocaremos juntos.
Um grande abraço