Menina
Toda às noites choro, pequenina!
O pigmento melanina.
A saudade me amofina,
o céu tornado tão menina.
Da braveza e da salgada
a dor é agravante,
lacrimada, delgada,
a morfina é irrelevante.
Encontro os olhos mal fechados
escravizados na senzala,
quando durmo e sonho escancarados,
se o abro o seu cheiro exala.
Se acabarem os seus odores,
aparecem meus horrores,
em mais de mil cores,
dores, fedores e flores.