Matéria prima

Tal qual, na seringueira, um colhedor

Abriga, no amor ou na dor,

A lágrima em meus olhos,

Pelo tempo que for.

Sê pra mim matéria prima de uma vida inteira,

A essência mais pura e verdadeira,

De um amor de silêncio e discrição,

Mas que jamais passará em vão.

Mostra-me o quanto a vida vela a pena,

Encaminha os meus passos por campos de tempestades mais amenas,

E me faz sentir que, mesmo longe de ti,

Tua alma não é pequena.

Sei que estás comigo, vai.

No tormento ou no conforto,

Em dezembro ou mês de agosto.

Me mostrando que o oposto,

É que faz o seu amor, pai, ter gosto.

João de Melo
Enviado por João de Melo em 13/08/2017
Código do texto: T6082306
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