Matéria prima
Tal qual, na seringueira, um colhedor
Abriga, no amor ou na dor,
A lágrima em meus olhos,
Pelo tempo que for.
Sê pra mim matéria prima de uma vida inteira,
A essência mais pura e verdadeira,
De um amor de silêncio e discrição,
Mas que jamais passará em vão.
Mostra-me o quanto a vida vela a pena,
Encaminha os meus passos por campos de tempestades mais amenas,
E me faz sentir que, mesmo longe de ti,
Tua alma não é pequena.
Sei que estás comigo, vai.
No tormento ou no conforto,
Em dezembro ou mês de agosto.
Me mostrando que o oposto,
É que faz o seu amor, pai, ter gosto.