Humanamente Melhor e Bem
Eu a amo mas não sei explicar a ausência de palavras em meu olhar...
caminhos diversos se movem através de meu horizonte,
o receio de me entregar é sempre mais forte a cada passo em falso...
pedras na calçada testemunham minha dor silenciosa,
e um grito despretensioso se excede no vácuo...
eu peço socorro a cada passo, nego aceitar o que renasce,
pois me é estranho ver livre meus fardos...
mas seus olhos me impedem a resistir desse ardor...
não há maneira de enganar a chama do amor
se desprendendo de meu corpo... uma aura em forças magistrais...
disseminando intuições positivas nas tolices de minhas visões,
estronda o meu peito, enchendo de luz o que se acovardou no escuro
e não teve vontade de sair...
a luz convocante, vence a sonolência fria presente,
obriga-me a caminhar, mesmo mambembe,
mesmo pedante, em uma solidão desafinada
elevando meus medos a patéticas histórias
de um sobrevivente de dias inexistentes...
me perdoe se soar repentino...
ou piegas o grande grito que precede o pulsar...
a dor, minha barreira, é limítrofe ao tédio, condição,
mas vai se desmanchando, claramente,
a cada vez que vejo o céu estrelado despontando sobre suas mãos...
em meus olhos seus olhos são guia, a dor deixada para trás,
veja, o meu amor é leve como a pluma e não há demandas,
não há necessidade de agarrá-lo somente a mim
pois essa força crescente...
é a energia do ar que insiste em perseguir o infinito,
é a energia de seus sonhos que nunca terão fim...
minha voz tímida se perde no barulho urbano
admitindo esse amor, gradativo, imensamente seguro...
imensamente aventureiro
nascendo e percorrendo todas as avenidas desertas de meu coração...
se faz novamente verbo e carne sobre mim, sobressaindo,
essa voz, esse olhar... indo além de tudo que pensava ver...
eu a amo e talvez um dia meus olhos saibam interpretar
essa clareza desperta na alma...
amarei você na ideia carinhosamente boa,
dos meu sonhos, na efêmera cadente estrela
sorrindo para mim na madrugada.