Descendo a rua pela esquerda/Estrelas

Descendo a rua pela esquerda,

ela vê

tudo.

É tudo o que ela consegue ver:

as estrelas já não ascendem mais.

Um dia,

há muito tempo atrás,

o mundo não era assim,

não era esse tédio infinito,

o tédio não existia,

o mundo era infinito.

Um lugar,

incontáveis estrelas ao luar.

Não dava nem pra contar,

mas mesmo assim,

contava os segundos

entre o intervalo dos nosso beijos.

O espaço,

está em tudo, sempre.

Não o suporto,

sempre há de nos separar.

Invisível mas reversível,

sempre acho um meio de diminuí-lo.

No mesmo dia,

no mesmo lugar

e nós no mesmo espaço.

Sinto o calor,

as estrelas ao nosso redor,

no céu.

Sinto o calor das estrelas

e até das que não estavam ali.

A sensação de momento,

o vento,

o tempo que parece não acabar,

é infinito.

Lindo.

Nossos corpos colados,

apaixonados,

drogados,

embriagados

de amor

Era tudo o que ela imaginava

ao descer a rua pela esquerda.

Marquês de Verona
Enviado por Marquês de Verona em 10/05/2017
Código do texto: T5995508
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