Em tua boca

Que aquela saudade que sempre carreguei

De tudo que eu ainda não tinha vivido

Tivesse começado a fenecer no momento

Em que a surpresa se abriu em flor nos teus lábios

Ao sentir o seu abraço...

Eu desatava o laço com a tristeza

Que aquela tristeza na qual eu achava beleza

Apesar da sua pouca idade

Também lhe prendia à saudade

Do que ainda tanto esperavas

Tivesse eu o dom de ter em minhas mãos o futuro

Eu juro que poria a baixo o muro, que me distanciava de ti 00h57

Que aquela distância era no fundo a infância

Da terra fértil onde germinaria nossas primeiras lembranças

E desaguaria nos nossos olhos a primeira falta

E o riso misturada as lágrimas no espanto de indignação

Ao desabrochar nossa primeira saudade em paixão

Eu colheria o fruto do Amor em tua boca

Que tua boca escondia a nascente

Desse rio que hoje corre em corpo, em minhas veias

E pulsa o meu coração em vermelho amor

E que te esperaria em ânsia de querer-te

E que em ti me repousava o futuro

Que em angústia tanto desacreditei...

Que a descrença findaria em risos de alegria

Que a manhã desse dia chegaria repleto de sonhos

E que um homem feito se reconstruiria

Nos braços de uma menina, feita mulher

E que o sal inicial de nossas lágrimas

Dariam o gosto em nossa boca do que seria o Amor

E tudo isso nasceu no dia em que rocei a tua boca

Edgar Souza
Enviado por Edgar Souza em 15/04/2017
Reeditado em 15/04/2017
Código do texto: T5971866
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.