Do que não esperávamos

Tenho em minha alma

A canção do amanhã

Em meus ouvidos

A melodia dos seus gemidos

A inesperada poesia

Dos teus olhos suplicantes

O medo e a agônica

Inesperada esperança

Da felicidade...

Tenho a saudade

Que me assalta

Inadvertidamente

E a mente presa

Em tuas lembranças

A ânsia de acordar-me cedo

Num futuro cuja face não conheço

O desejo que já queima a minha pele

E uma certa névoa que ainda

Ofusca o meu sentimento

Tenho uma tristeza

Como uma sonata que me acalma

Na qual degusto as dúvidas de minha vida

Já não almejo nada

Há não ser querer-te

Há não ser viver-te completamente

Até aonde a vida permita-me

Para além de sonhos e planos