O navegante
Por muito tempo estive a enfrentar
Oceanos impetuosos,
Ondas bravejantes,
E imensas distâncias
Que pareciam persistir
Mesmo que milhas e milhas eu houvesse navegado.
Até que avistei teu cais e
Aportei como um marinheiro sedento
Que havia chegado ao fim da sua árdua jornada.
Pude então dançar na areia branca
Sob a luz das estrelas
E sentir teu calor me aquecer por dentro
Eu havia encontrado a ilha perfeita
Que tantos buscaram
Eu havia, enfim, te encontrado.
E enquanto estive em ti
Guardava-me,
Amava-me,
Permitia-me sonhar.
Mas ao longe uma tempestade aproximava-se
Ela urrou com seus raios e trovões
Soprou ventos que apagaram o calor que me aquecia
Teu coração, que tanto me acolhera,
Já não podia mais cuidar de mim.
Com meu veleiro em alto mar,
Irei além do
Horizonte de teu amor,
Para buscar outros mares bravios,
À procura de um outro cais.
E eu, mesmo longe,
Sempre estarei a lembrar de teu coração,
Navegando na saudade eterna que levo comigo.