Sem título 1
Aqui sentou parou e comeu
Aqui viveu
Aqui se fez e se pagou
Deitado aqui se debruçou
Rasgando as próprias vontades
Suportando tantas mortandades
Cruéis, papéis de bom moço
Querendo ele fazer um alvoroço e não se comparar a ninguém
Alguém lhe deu abrigo
Um abraço amigo
Juntando mais de uma vontade num instante decisivo
Sabendo que estava correndo o perigo
Um passageiro clandestino do mundo
Jogado no amor dos outros
Caçando o amor de uns poucos
Morando em hotéis rotos
De corações vagabundos
Vagando por mundos
Estranhos sem sombras
Perdendo as contas de quantas solidões
Se vive numa vida.