Barulho De Chuva

Barulho de chuva,

cheiro de terra molhada,

o beijo de uva

e a alma apaixonada.

Vento frio,

a noite a tocar,

o céu em tom sombrio,

e o corpo a se arrepiar.

A cama latente,

quando o amor acontece,

nada mais se faz aparente,

só em fusão que a alma adormece.

Janela aberta,

para que os pingos de chuva possam respingar,

uma perna descoberta,

quatro pernas a se encaixar.

Do lado de fora,

uma cascata parece cair na garagem,

aqui dentro, agora,

o corpo em ação recebe massagem.

Um corpo massageia o outro,

essa é a verdadeira magia de Deus,

o amor é bem mais que saborear o biscoito,

é garantir que a validade do biscoito nunca venceu.

O suor também parece a chuva,

escorre sem que ninguém possa controlar,

tão quente, mesmo sem agasalho e luva,

não há frio que esfrie a arte de amar.

A mente se faz vazia neste momento,

a chuva cai lá fora ferozmente,

o corpo e a alma se amam sem discernimento,

só ama quem ama veementemente.

O ciúme se molha na chuva,

a briga também se ver molhada,

dentro do quarto só entra o calor da juba,

e duas almas apaixonadas.

E por mais que uma poesia tenha um fim,

sempre haverá a vontade de falar de amor,

duas almas, feito a manteiga e o aipim,

a poesia acaba aqui, mas o amor nunca acabou.

Ricardo Letchenbohmer
Enviado por Ricardo Letchenbohmer em 20/02/2017
Código do texto: T5918724
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