Romeu e Julieta

Julieta~

Oh, meu Romeu!

Nem teus olhos aprecio

Neste profundo breu

de desviveres insípios

Em que o terno amor

torna-se-á eterna dor

Oh, meu querido amor!

Por que meu inimigo tens de ser?

Minha alma exonera clamor,

Apenas desejo a ti pertencer!

Oh céus, por que tem que ser assim?

Dignifique-me um pouco de felicidade enfim!

Romeu~

Oh, minha Julieta!

O meu nome eu renego,

Se juntos pudermos ficar,

Até minhas origens eu nego.

Mas prometa-me o seu terno seio,

Se for para votos trocar, que seja sem receio.

A ti declaro meu coração eloquente,

A ti pertencem meu espírito e alma,

Se eternares meu nome em sua mente,

E me amares, seja em tempestade, seja em calma.

Entrementes, testar-se-ia minha sorte,

Se juntos não pudermos ser, no abismo da morte.

Julieta~

Oh Romeu meu, eterno teu nome,

E meus sentimentos a ti eu confesso.

Selados estão os votos, e que a ferro impressos

Nos guiam neste caminho deveras incerto.

Seja o que nos aguarda, tempestade ou calma,

Amaremo-nos com toda a alma.