ESCREVI O SILÊNCIO EM POESIA

Escrevi o silêncio em poesia

Como quem assina uma carta em branco
Para endereço inexistente
E jamais a teria escrito
Se a soubesse como apagar
Quem sabe involuntariamente
Não esqueça eu um pouco mais
A cada verso que escreva e não mereça
É tão estranha a natureza
Quando o amor começa depois do fim
Sou prisioneiro da liberdade
Que procuro e não encontrei
Assim são os sonhos
Que nos deixam vivos
Para nos matar em sentimentos
Minhas veredas de pecados
Também são caminhos da cruz
Não sei se imperdoáveis ou sacros
Não interessa
A dúvida não tem importância
Se a resposta também é uma pergunta
Remido de saudade em saudade
O tempo é o afã e vã esperança
Que só o tolo coração acolhe
Pois no frio das lembranças
Que às vezes nem vem
Aqueço a alma no futuro ausente
Já que na desilusão
De cada sentimento perdido
Ou esquecido (?)
Surge um novo labirinto
Onde nos perdemos em novos sorrisos
Para tentar encontrar o amor
E mesmo quando verte água na face
Queimando com o reflexo da dor
É necessário buscar o amanhã
Porque mesmo sendo ele distante
E até impossível

É preciso terminar o dia de ontem!


 
Tarcisio Bruno
Enviado por Tarcisio Bruno em 16/02/2017
Reeditado em 30/06/2017
Código do texto: T5914820
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