Perdão

Chorastes?

Tua face era como rosa

Perdeu as cores,

Não é mais mimosa

E seus lábios tremem.

Chorastes,

Minha raridade adorada?

Uma fina e pequena

Lagrima cristalina

Molhou a sua face divina

E me deixou inspirada.

Choraste!

E eu longe

Não pude entender

O que aconteceu

De repente pálido e triste

Pendeu!

Choraste?

Não pude só ver-te

Em lagrima pura

Que levou parte

De sua formosura...

Ouvir sua voz,

Não me deixaria, mas tão resentida.

Quem chora sou eu!

Pela dor da despedida

Humildemente vim entregar-te

Minha vida não como sacrifício

Mas como um canto

Para te poupar do pranto

Do opróbrio desta vez...

Choraste?

De vergonha, não sei.

Talvez sua alma esteja ofendida

Porque minha ralé

De alma atrevida

Derrubou o teu palácio

De príncipe.

Uma simples fantasia

Que me arde dentro do ser

Em loucos desejos

Que te faz seduzir-me

Mas não em beijos

Porém vão além da magia.

Perdoa

Essa pobre demente

Culpada, mas inocente.

Que se pecado cometeu

Foi te amar demais.

Perdão

Por não me calar no momento certo

Por te demonstrar amor incerto

Sei que há certa falta de um algo mais...

Perdão

Minha rosa dos amores.

Não quis manchar os teus verdores

O que quis foi livrar-te do hostil

A voz de minha paixão resume

Eu tentei só ter o teu perfume

Porém como cardume

Sou uma covarde vil.

Eu sei que deveras

Sozinho sofrer comigo o tormento.

E nessa dor de pensamento

Devorar essa agonia.

Em vez de sonhos felizes

Eu sei que devo do meu peito

Cortar as raízes desse amor.

E eu que de crente

Estou descrido

Até os hinos me mata a voz

Não quero amor fingido

Tenho na alma um desgosto desvalido

De querer colocar sorriso no rosto

Em vez de lagrimas…

E eu muda

Simplesmente muda

Triste e penando

Como um pedido

Pedi-te suplicando:

Não com prazer, mas te amando.

Só te sentir

Calar-me

E morrer...

Não pude, pois meu coração

Transbordava.

Uma interna voz me falava

E eu louca

Só ligada na agonia

Não vi o que

Minha alma continha

Matei na febre do meu canto

E do delírio de meus prantos

Morri de amores por ti...

Perdão

Por te deixar tirar minha inocência

Odeio-me por este

Terrível amor

Essa ardência

Que fere o meu coração

Sei que é um enorme pecado

Caso a ser julgado

Porém vai além da explicação

Se me deres alguma sentença

Não deixes pra mim

A indiferença.

Pois não quero dos teus lábios

Maldição....

Perdão querido....

Perdão!