A Testemunha
 
Me perco entre meus pensamentos,
Ora tristes ora sedentos, me sinto
Tremer, pois já não sei o quanto de
Mim resta em você.
 
Enquanto arrumo a mala, medito!
Em cada peça guardada, reflito!
Imagino-me no todo da vida, na
Última palavra e último momento.
 
No último pedido preso em meu
Peito, que não tive tempo de o fazer,
Então meu coração me trai, e te
Diz em silencio o quanto o desejei.
 
O quanto o amei, por vezes ensaiei,
Ser a materialização do seu prazer,
Sem medo, sem pressa eu vivi, em
Todos os minutos desse sentir.
 
E sonhei e deixei-me acordada,
E quis beijar delicadamente seu
Dorso, e aquecer o seu corpo na
Nudez de sua pele sedosa  e
 
Permiti que meus lábios encontrassem
Teus espaços e se mergulhassem na sua
Intimidade, buscada, amada, calculada a
Dedos, poro a poro, no toque puro, seguro.
 
Um amor guardado só para você
E sinto-me perdida entre o sentir
E o precisar te esquecer. Na solidão
Deste meu mundo particular, sei...
 
Que é vão, que não posso mais te
Esperar. Nutra-me, peço, com
Motivos para te tirar de mim, mas
O faça, longe da vulgaridade das
 
Palavras, pois não quero te odiar,
Quero te esquecer com dignidade,
Como criança que não teve infância
E nunca viveu à realidade...
 
Então eu deixo o sentimento
Sentir,
O amor amar,
E deixo a saudade doer
Pois ela é a única testemunha
Do quanto amei você.