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Ele assim como eu imagina-se sendo observado por milhares
Ele assim como eu instiga-se pelo desejo de ser reconhecido
Ele assim como eu vive em um lar pressionado pelos olhares de seus pais
E ele assim como eu se apoixonou pela garota libertária
Ele assim como eu se tornou um tolo aos pés daquela frágil alma independente e carente
Ele assim como eu via que ela não precisa de nada, de lar, de alguém, muito menos de algo para se sentir bem
Ele assim como eu é um sonhador pequeno trancado em um globo de cristal, como aqueles de natal
Ele assim como eu apenas observava tudo e todos em suas anotações
E fugia do mundo e as pequenas aflições
Ele assim como eu se sentia aflito pelas emoções do mundo
Ele assim como eu odiava todos
E tão pouco
Ele assim como eu se viu bem nos braços dela
Ele assim como eu jamais percebeu o que lhe passava em sua cabeça
Apenas as frases de Julio Verne em terra
Ele diferente de mim escreve seu diário
Eu diferente dele escrevo minha pobres canções, meus sensíveis versos e tenho comigo meu diário de poemas ruins
Ele e eu vivíamos nos escondendo das coisas e fugindo dos problemas
Ele também assim como eu que se apaixonou pela garota de cabelos negros e olhar penetrante que fixa na mente de qualquer tolo, se tornou estúpido
E ele assim como eu sabe que é um olhar doce, sádico, sensível, perturbador, delicado, arrogante, lindo, irritante, breve e calmo e mais que isso é o olhar que nos faz peceber, eu e ele, que ela é a única que pode e que irá e que o fez, ela quem mostrou o mundo de uma outra forma, a forma que eu expresso em notas e ele em seu papel e lápis que carrega nas costas.