TANTO TEMPO PERDIDO.
Quando a gente se conheceu, as coisas não iam tão bem.
Estávamos passando por um período bem difícil.
A vida não sorria nem pra mim nem pra ela.
Mas a gente resolveu encarar, enfrentar.
E ver até onde a gente ia, no que ia dar.
Pois assim disse Deus: “nada é ruim pra sempre”.
Eu ergui a cabeça, peguei-a pelo braço e seguí em frente.
Decidido a começar uma nova vida, de peito aberto.
Lutei, briguei, enfrentei tudo e a todos.
Por causa do que eu tinha prometido a ela:
“Eu vou contigo até onde Deus nos permitir”.
Aos trancos e barrancos, de noite e de dia.
Na chuva, no sol, na doença e na saúde.
Eu batia e apanhava pela nossa vida.
Nunca desisti, pois não foi assim que eu aprendi.
Vivia por mim e por ela enquanto eu podia.
Mas o amor só prevalece quando é vivido à dois.
E foi aí que eu errei feio, quando ignorei o lado dela.
Ela simplesmente não me amava como eu merecia.
Nem quando eu precisava.
E para continuar aquela vida eu continuava e disfarçava.
Uma dôr apareceu no meu coração e foi crescendo.
Me dominando, eu me entregando, morrendo.
Mas “nada é ruim para sempre”.
Assim foi escrito, e eu acreditei.
Procurei outro caminho e refiz a vida.
Não olhei mais pro passado.
Nem a quis mais ao meu lado.
Passou o meu período de ilusão.
Agora eu respiro fundo e olho para céu.
Nem pareço mais aquele homem triste e sofrido.
Nem me importo com as lembranças do passado.
Nem lamento tanto tempo perdido.
Tanto tempo...
Manaus, 09 de outubro de 2016.
Marcos Antonio Costa da Silva