Confidente da lua
Numa noite de céu roxo
Onde a lua se escondia
O brilho daquela menina
Fez da noite, o dia.
Apesar da bela presença
A real beleza está na solaridade dos olhos,
Na boca embebida em paixão,
No sorriso regado de ingenuidade
Que mais tarde, provaram-se não ser apenas uma miragem.
Desse poema que a mim foi apresentado
Fui desvendando aos poucos
E dos versos que li
De tecido fiz e costurei em mim.
Finalmente do vinho de seus lábios eu bebi
Das mãos, seu calor eu senti
E do seu canto eu ouvi, notas de paixão
O quanto um homem pode ser feliz? Eu me perguntei então.
Mas terá Eros se enganado?
Do poema que me foi dado,
Realmente o compreendi?
Agora versos e rimas descontentes, tecem o meu presente
Numa costura que deixa meu peito todo marcado
Provas dos teus seios afiados.
Desde o início eu já previa
Naquela noite roxa
A lua de seu esconderijo me segredava
Que a canção que não foi cantada
Recitaria coisas que você jamais imaginara.