PÁSSARO ERRANTE

PÁSSARO ERRANTE

Às vezes eu podia sentir as lágrimas que desciam de seus olhos

E mesmo na escuridão daquela noite,

Eu decidi partir.

Pensava que estivesse pensando em você,

Mas na verdade eu só via por mim.

Eu queria que você pudesse encontrar alguém melhor,

Mas que fazer se apenas eu era o dono do seu coração?

Sabemos que não fora uma decisão nossa,

Sequer uma opção sua.

O seu coração encontrava no meu,

O que nem mesmo eu sabia existir,

E assim resistia...

Como viajante sem estrada,

Sem rumo, seguia.

Não sabia eu, das vezes em que adormeceras ao relento,

Sentada a beira da estrada,

Entoando o seu lamento.

Enquanto eu, pássaro errante,

De asas quebradas, porém pés relutantes,

Retornava cambaleante.

E em teus braços, berço,

Encontrei meu aconchego.

Refiz minhas asas e hoje voar alto,

Pra mim não há segredo.

Vou e volto sempre...

Pois sou o teu remédio,

Único a curar sua dor,

Sou o fim do seu lamento,

Sou eu o seu único e eterno amor.