A RUA DO SEPULCRO AO LEMBRAR A CANÇÃO

A RUA DO SEPULCRO AO LEMBRAR A CANÇÃO

Marcos Olavo

Não quero tantos ares esquecidos...

Nesta mágica em encanto vagaroso...

Na folhagem rasgada em passeio...

Em todas as almas de cegos...

Quando a sombra desta porta escura,

Iluminam em cores as folhas mortas,

Desmaiadas na noite em tiros,

Neste extremo, nesta nebulosa,

Nessa data açoitada em um coração.

Tuas asas quebradas, teu coração sangrando,

Na rua do sepulcro ao lembrar a canção...

Levando até o céu escuro,

Cavando tanta aflição no chão.

Será tanta súplica em mãos tremula?

Aceita ler essa dança em mar?

Vamos pensar em dores novas?

Você gosta de ler poesias?

Ouve o sino gritante de uma voz?

Você acredita em grilhões?

Venha correndo em meu consolo?

Quero que me deite em teu colo?

Você quer experimentar o medo do abismo?

Você quer abraçar a cinza?

Será que sou surdo?

Será que sou cego?

Não sou fingido...

Não sou calado...

Não quero morrer...

Não posso chorar...

Você quer saber da rua do sepulcro ao lembrar a canção?

Teu sepulcro... Tua rua...

Terá apenas algo da noite?

Quer saborear o teu vinho amargo?

Ouvirá a canção do seu sepulcro?

Marcos Olavo
Enviado por Marcos Olavo em 30/07/2016
Reeditado em 07/09/2017
Código do texto: T5713629
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