SAUDADE 

Por essa incomensurável,destemida, e intrépida saudade.
Por essa sensação asfixiante na alma a me fazer perder os sentidos.
E, para não me permitir as dores que me rondam, e aos desesperos...
Para não abrir as portas à insegurança que a abeira-se e que eu vejo.
Por esse indócil, e atroz suplício que resgatam as minhas lembranças,
Para que eu não cometa, os infelizes desatinos, nem  tristes enganos.
Abro as asas da esperança, e destemido voo, voo sem rumo,voo livre.
 
Voo..., voo sim, e fico plainando, nesses  horizontes, voos de liberdade.
E deixo-me levar, obediente, para onde quer que eu vá, sem sençuras,
Os meus pensamentos, e essa indócil saudade, e continuo a voar livre...
Levo na bagagem as recordações de nós dois,  implublicáveis desejos,
A entender, que cada coração vai ditando o ritmo, das suas saudades....
Aí os sonhos abrem as portas, e você acena as imagens, as fantasias,

Fecho os olhos nesse voo, que me despe a alma,  e os meus sentidos.
 
Assim,voo e me deixo acariciar por essas ondas de fantasias, e encantos
Saúdo estrelas cadentes que voam, as gaivotas que também voam comigo,
Voo livre..., horas apressado, horas aturdido, tentando fugir de mim mesmo!
Mas, não há jeito a sua imagem ligeiramente arremete, precipita-se..., e voa...
Lança-se, voa, voa, e fica mostrando os espelhos,e me vejo nessas imagens
Você sorri confiante e se aconchega, traça a rota do nosso voo, eu me rendo,
 Você me guia, e voa, lada a lado, voa, sorrindo, nessa minha miragem, voa!
 
 


Albérico Silva

3ª Poesia do Sarau!