O PODER DE UM OLHAR
Olhe-me, a todo instante,
Com a distante irreverência
Que lhe cadencia o andar.
Esteja, eu, triste ou contente,
Quero ter seu olhar presente
No momento em que acordar.
Esse verde em seu semblante
Confunde meu ego errante,
Naturalmente emotivo,
Mantendo-me inerte e cativo.
Esse brilho inquietante,
Que explode num pestanejo,
Acende-me, acende o desejo
Que Platão logrou narrar.
Mas vai além, dá ensejo,
A quem se poste a mirar,
De focalizar, por inteiro,
A musa do verde luzeiro,
A essência que anima esse olhar.