O PODER DE UM OLHAR

Olhe-me, a todo instante,

Com a distante irreverência

Que lhe cadencia o andar.

Esteja, eu, triste ou contente,

Quero ter seu olhar presente

No momento em que acordar.

Esse verde em seu semblante

Confunde meu ego errante,

Naturalmente emotivo,

Mantendo-me inerte e cativo.

Esse brilho inquietante,

Que explode num pestanejo,

Acende-me, acende o desejo

Que Platão logrou narrar.

Mas vai além, dá ensejo,

A quem se poste a mirar,

De focalizar, por inteiro,

A musa do verde luzeiro,

A essência que anima esse olhar.

nuno andrada
Enviado por nuno andrada em 02/06/2016
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