Vendo-a Sorrir (A minha filha)
Filha, quando sorris, iluminas a casa
Dum celeste esplendor.
A alegria é na infância, o que na ave é a asa
E o perfume é na flor.
Ó doirada alegria,...
- ó virgindade santa, do sorriso infantil!
Quando o teu lábio sorria,
Filha,... a minha alma canta,
Todo o poema da primavera de Abril.
Ao ver esse sorriso,
Eu só concentro, Em ti o meu olhar,
Engolfa-se-me o céu azul pela alma dentro,
Como mil pombas a voar.
Eu sou o Sol que agoniza,...
Porém e tu,... meu anjo loiro,
És o Sol que se eleva.
Inunda-me de luz, sorri, polvilha de oiro
Este meu manto já de treva!
(Glosa do poema do Mestre Guerra Junqueiro, in 'Poesias Dispersas' )
(- IN: POESIAS SOLTAS DE Silvino Potêncio )
Nota do Autor: por norma e ética literária, eu não costumo glosar ou copiar textos de outros autores. Principalmente daqueles a quem eu não possa comunicar dessa minha consideração, afeição fraterna e respeito pela sua obra.
Acontece que, por mera coincidencia, vi neste poema de Guerra Junqueiro, um meu Co Provinciano, uma similaritude grande com o meu próprio pensamento e aqui fica a glosa da qual gostei muito. Obrigado pela vossa Leitura.