DESFILADEIRO EM FORMA DE MULHER
Com os olhos fechados
vejo a beleza macia e nua
Na ponta dos dedos
sinto as curvas sinuosas
de um corpo celeste
um desfiladeiro
em forma de mulher
A respiração me açoita
tal qual a brisa de um precipício
Atiro-me aos seus pés
mergulho nos seus braços
Sou um explorador
perdido em devaneios
No reflexo do reluzente verde olhar
vejo o reflexo da miragem
da miragem de minha imagem
Assim mesmo,
de forma repetida
No desejo involuntário
na carência consentida
nos medos destemidos
e na coragem de um covarde
E assim viajo
por entre as trincheiras,
no campo aberto da minha mente