À FRANCESA

Sentiu a fragrância distinta

Daquela que exala você

Inqueriu a pessoa amada

De onde vem tal odouer

Alega o ser intimado

Que é do mesmo spray

O qual Ma fiancce

Borrifa para seduzir-me

Mas o olfato delicado

Cuja dona, tem coleção

Em vidros de cristais raros

Tal essência, não a tem

Fica a mademoiselle condoída

Mas mantém a discrição

Leva o lenço aos olhos

Sente-se ferida na paixão

Justifica o cavalheiro

Que por finesse, amparou

Ao descer do cabriolle

A Madame exala tal bouquet

A mademoiselle ofendida

Em nome da delicatessen

Aceita a explicação

Para não ter palpitação

Bate seu peito ofegante

Parece que vai infartar

Afinal parfum Francês

Costuma impregnar

Fixando a essência

Na roupa do gentleman

Que estende o braço

Para Madam amparar

E mademoiselle que se preze

Tem em sua necessaire

Um estojo com vidro de cristal

Com fragância para encantar

Os moiçollos da corte

Que ficam a imaginar

Como serão os carinhos

Da Mademoiselle que o custuma exalar

Monteiros Dalton

Montteiros Dalton
Enviado por Montteiros Dalton em 05/10/2015
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