À FRANCESA
Sentiu a fragrância distinta
Daquela que exala você
Inqueriu a pessoa amada
De onde vem tal odouer
Alega o ser intimado
Que é do mesmo spray
O qual Ma fiancce
Borrifa para seduzir-me
Mas o olfato delicado
Cuja dona, tem coleção
Em vidros de cristais raros
Tal essência, não a tem
Fica a mademoiselle condoída
Mas mantém a discrição
Leva o lenço aos olhos
Sente-se ferida na paixão
Justifica o cavalheiro
Que por finesse, amparou
Ao descer do cabriolle
A Madame exala tal bouquet
A mademoiselle ofendida
Em nome da delicatessen
Aceita a explicação
Para não ter palpitação
Bate seu peito ofegante
Parece que vai infartar
Afinal parfum Francês
Costuma impregnar
Fixando a essência
Na roupa do gentleman
Que estende o braço
Para Madam amparar
E mademoiselle que se preze
Tem em sua necessaire
Um estojo com vidro de cristal
Com fragância para encantar
Os moiçollos da corte
Que ficam a imaginar
Como serão os carinhos
Da Mademoiselle que o custuma exalar
Monteiros Dalton