Manhã de Domingo


Deixo-te ver minhas lembranças,
quando dispo minha alma de um passado, passado.
Atiro aos teus pés minha vida sem rancores,
com a felicidade que inunda meu corpo.

Entrego-me a ti, desabotoando os medos
incrustados nos poros da minha essência,
quando beijas cada um deles,
como a mãe que beija a ferida de um filho.

Na leveza das asas de uma borboleta,
meu corpo dançarino deixa-se levar pela batuta
das tuas mãos de maestro,
regendo em mim cada nota em ré maior.

E, nessa manhã de domingo,
escrevo meus versos,
quando teus olhos acompanham minhas mãos,
fazes música em mim, faço poesia em ti.

Meu corpo livre das dores, repousa junto ao teu,
em uma sinfonia tranquila que se mistura ao calor do sol.
A vida acontece em nós,
enquanto o mundo acontece lá fora.