Foi querendo te encontrar, 
que amei cada pedaço da tua essência desencontrada.
O teu amor fez eu reconhecer-me,
encontrar-me no labirinto profundo,
aonde, sem coragem, jamais havia entrado.

Amei-te ainda mais, em cada dor sentida,
em cada verdade doída, conheci-te em meus devaneios.
Conhecendo-te, amei-te mais.
Por amar-te, soltei-te à corrente fresca,
para libertar-te das amarras de um coração,
que aprendeu a amar imperfeito.

Eras meu norte, e eu lugar nenhum.
Ainda assim, amo-te,
em minhas horas felizes, em meus dias sem ti.
Na lágrima que teima em cair, em alguns momentos,
em tudo que deixastes, no amor resignado.

Amo-te ainda, na certeza desvalida,
de quem não espera recompensa.
Amo-te, nas mãos que escrevem versos,
que transformam o nada, em tudo.
Nos versos que me deixastes, 
na lição que ensinastes.

Teu amor, aquele que não floresceu,
me fez feliz, viva, amada!
Aquele amor, que não vingou,
ainda me faz amar-te,
amando-te sem ti,
ainda sou eu, 
derrubando muros,
para construir novas pontes.