Na sua presença

Sinto-me fragilizada, corpo e mente
Algo parecido com a dor, aquela que
Só o poeta sente, que nos leva e se
Perde mesmo assim, dentro da gente
 
É igual ao vazio que meu Ser sente
Fossemos merecedores de saúde e
Riquezas, assim como somos fartados
De desprezo, solidão e tristezas
 
Semelhante as lamurias das antigas
Serenatas ouvidas das janelas
Quando na sua presença, esqueci-me
Das flores e da estação delas
 
Nos seus braços a minha ilusão
Apenas assentou-se, como o fogo
Que inflama a madeira e faz ferver
As aguas, como o frio a seduzir o calor
 
Na sua mão, a que beijei, cheia de poemas
Deu-me a sensação de ter asas e no seu
Ombro voei, aos confins da paz efêmera
Tão duradoura quanto a eternidade
 
Quando me aqueceu o tempo sumiu
Era eu a flutuar sem sair do chão
No cântico silencioso do extremo amor
Que insiste continuar no meu coração
 
O vento varre as cinzas para debaixo
Das brasas como se fosse uma fogueira
A me incendiar e entendo cada momento
A forma impessoal do seu jeito de amar
 
Te amo entre o que há em mim e sua
Alma, sem inverdades, tão somente amor.
Na paz da sua calma e sentimento, te
Amo, na sobriedade do meu sofrimento