O Amor está no Quarto ao Lado.

Casa infame!

Ao quarto ao lado,

Ouço os estalares dos beijos,

Os ruídos da cama que há tempos desconheço.

A musica à capela cantada sem afinação...

Eu sinto esse amor.

O vejo como flor envolta por um domo branco.

Eu o chamo,

Todos chamam!

Eu clamo.

Mas a noite traz aos lobos apenas a

Presa que lhes sacia a noite.

No teto,

Entre as misteriosas

Infiltrações sombrias ,

Tecem as aranhas suas camas,

Embaraçando-se em frenética harmonia.

Enquanto eu cá !

Vestido nos lençóis de seda paraguaios,

Tendo em meu corpo

a resta companhia a olhar-me.

Agora eu ouço!

Novamente me infiltro no ar.

As paredes ao lado emitem palavras que

À precipitação da vaidade,

Pressuponho serem destinadas a mim,

Recitadas ás costas do pudor pelas

Autênticas amantes da noite.

Eu o chamo!

Todos clamam...

Quero mais que todo este amor barato,

Que nas vértebras de sanidade,

Condoe-se à ferida da genuína alucinação.

G Trindade
Enviado por G Trindade em 04/07/2015
Reeditado em 04/07/2015
Código do texto: T5299462
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