EU VEJO O CÉU DENTRO DOS TEUS OLHOS.

O tempo já desbota as páginas do meu livro de memórias, porque os dias passados já não significam nada, viraram estórias, e eu não tenho tempo para relembrar informações antigas, se nem tenho tempo para plantar meus pés, onde os fatos registrados ainda não terminaram.

E aqui, no meu silêncio, eu ainda te ouço falar, o que os teus olhos chegam a sussurrar, na medida em que o mundo me vê passar. E toda a minha esperança é certa, de que o tempo logo vai se fechar, e é claro que eu sei que isso é apenas uma descoberta, e que é o meu prólogo, o meu alerta, contra todas as tuas observações a me julgar.

Eu assumi e me oprimi pelo teu silêncio, e todas essas palavras que não me vêm à tona agora, me encabeça e começa a fazer sentido, o porquê dessa demora. Eu fui por ti seduzido só para te escrever e para recolher os teus pedaços, já que neles escondem todos os meus desejos dos teus abraços.

Estas são todas as palavras que eu segredei, para que esta seja a primeira página em clareza, que a antiga vereda solitária em que eu me guiei, sem uma sombra de incerteza. E que ela venha repaginar os olhares perdidos e vazios, que sumiram ao se conciliar.

Eu colocarei o céu dentro dos teus olhos para te guiar, porque eu vivi te acreditando. Eu colocarei a lua dentro do seu coração, pois é assim que os meus pensamentos vão ecoar no teu nome em oração, até eu te ver de novo, fazendo ninho dentro da minha mente, o tempo todo.

Marcus Paes
Enviado por Marcus Paes em 25/01/2015
Reeditado em 26/09/2017
Código do texto: T5113963
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