COBRI-ME COM FOLHAS DO OUTONO

Perdi o olfato, perdi o sabor, perdi o amor,

Fiquei sem nada, nada me resta, só dor,

De tudo ter perdido e não ficares comigo,

Acho-me um inútil, sem tecto, nem abrigo.

Cobri-me de flores desmaiadas do Outono,

Senti o meu corpo desnudado e o coração

A palpitar, sedento dos teus doces beijos,

Como se fosse fruta madura de desejos

Prefiro o Outono ao Inverno, que vai chegar,

Fazes-me falta para o teu corpo eu agarrar,

E me aquecer nesse teu forno de volúpia,

Que me ofereces com apetite e tua argúcia.

Argúcia a que já me habituei, pois é oferta

Que me fazes, como prenda do meu amor,

Que sinto por ti, neste meu ousado fulgor,

É desejo, é a obsessão que me desperta.

Ruy Serrano – 17.11.2014, às 00:15 H

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 18/11/2014
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