Uma Carta para Dois

Imagine-se você e seu amor juntos sentados junto a uma lareira, uma garrafa de vinho aberta e o tempo seguindo seus passos lentamente. Uma folha de papel em cima da mesa e um lápis. O que significa isso tudo? Vocês somente poderão escrever juntos, uma única vez, um texto que fique marcado para sempre o quanto vocês se amam e o quanto são importantes um para o outro. O que escreveriam? O que falariam um para o outro? Lembrem-se, a folha possui dois lados, portanto, poderão dividi-la, poderão dividir esse momento, essa fração de segundo, essas labaredas da lareira lhes convidam a se deleitarem um no ombro do outro enquanto as inspirações chegam. Tic tac, o tempo mesmo devagar já passou. Não se preocupe com o que falar, o importante é falar, os erros de português serão esquecidos e deixados de lado. Mais uma taça de vinho, agora em uma única taça para juntos possam compartilhar as mesmas ideias, as passadas de mão no cabelo um do outro mostra o quanto estão apreensivos em não decepcionar. A folha já está toda amassada e com marcas de apagado. A ponta do lápis já está no fim e o texto ainda não foi escrito, nem por ela e nem por você. O que querem tanto dizer um para o outro, que o papel em branco não pode saber? A verdade é que não é o que queremos dizer, e sim, o que não queremos dizer em voz alta, queremos ouvir o nosso silêncio, ouvir aquilo que me faz perder o fôlego de noite, esperando aquela mensagem de madrugada, dizendo Oi!. Mas essa voz silenciada, não me deixa gritar aos quatro ventos o quanto eu quero estar ao seu lado todos os dias. O que eu quero dizer não cabe em uma única folha, não cabe em um abraço. Mas cabe no olhar, cabe em um carinho, cabe em um beijo, um mundo inteiro dentro de um único gesto. Não são planetas, galáxias e nem o universo, mas toda uma gama de sentimentos, dores, lágrimas, conquistas e derrotas, perdas e ganhos. Isso tudo, faz tudo parecer menor e menor. O que é o mundo sem aquela pessoa? Talvez não seja o mundo como imaginamos, mas alguma coisa do mundo ainda está lá e permanece a mesma, as lembranças e memórias de que valeu a pena lutar. No final ninguém ganha, só perdemos a vida, perdemos alguém, mas o que aprendemos com isso tudo? Que há muito mais entre a vida e a morte do que pensamos. Realmente, uma folha é pouco pra nós dois, então vamos resumir tudo em uma linha, ou melhor, em poucas palavras: Amor, eu te amo! Eu também!

Alfredo José Durante
Enviado por Alfredo José Durante em 08/09/2014
Código do texto: T4953496
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