Vazio
A lembrança açoita-me qual chibata
Ferindo-me a carne tenra e mansa.
Sou assustada, da noite a criança
Com o fantasma que cerca e arrebata.
Coloquei-te em todos os meus versos;
Em cada linha um arfar de esperança
Em cada letra uma dor que descansa,
Faces ocultas, em céus submersos...
O fantasma dos teus dias persegue
minha mente lúgubre e transtornada,
Fazendo-me penar na madrugada
De tanto amor, ao chão, por ti vencida.
Olha, que sou eu quem passa e segue
Tua sombra na noite apagada
pelas ruas vazias da tua vida.